sábado, 2 de janeiro de 2016

Deixo cair aos mãos sobre os teus ombros
Estás diante de mim como no princípio do mundo
Chegámos ao inverno da inocência e
Lá fora estranhos fogem da chuva

Não sei estar contigo de olhos abertos
Nunca soube amar sem cerrar as pálpebras
Talvez por isso não tenha percebido quando partiste.
Inspiro, é o teu cheiro.
Não podes ter saído, sinto-te em todos os cantos do meu corpo.

Mesmo com o som rude de uma porta a fechar
Mesmo com o vazio que ficou naquela estante
Não podes ter fugido.
Tenho o desenho dos teus lábios na ponta dos meus dedos.
A pele não mente.

Murmuras o meu nome
Deixo cair o rosto sobre o teu peito
Murmuras o meu nome e é como se me apunhalasses.

se abrir os olhos vou saber que nos perdemos.
e eu não sei amar-te de olhos abertos.