quinta-feira, 15 de setembro de 2016

aleatórios

mandaram-te fechar a janela
e tu fechaste
mandaram-te serrar a madeira
e tu correste a amontoar lenha
junto ao muro da entrada
mandaram-te vestir a camisa
e tu vestiste
e que ar de menino direito
com que ficaste!

e na hora de te deitares
adormeceste
com a lenha a arder na lareira
talvez sonhasses
da boca que se entreabriu
tu não esqueceste
do amor que ela quis
que lhe emprestasses.

quando o dia amanheceu
tu não soubeste
se era teu o coração
despedaçado
e da janela que tu querias
não ter fechado
brotou a luz mais pura
que conheceste.



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