a menina não sabia
não sabia
escrever
mas mesmo assim
escrevia
a menina sem saber.
hoje quero ser Quintana
passando por passarinho
na eternidade de Drummond
eu desfaço o meu próprio ninho.
eu quero ser, quero ser Neruda
entre a negação e o beijo
pedir a Pessoa um desejo
para a tua boca, ser surda.
eu não tenho forma nem arte
quero os olhos da Clarice
dizes que o silêncio faz parte
emudeço, sou cegueira
que a palavra derradeira
foi o meu amor que a disse.
a menina não sabia
escrever sem provocação
ainda assim
a menina
mesmo sem saber
escrevia
sem qualquer reflexão.
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
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