domingo, 30 de março de 2008



imagem de Luís Gonzaga Batista

se restar ainda algo que doa
que seja o ar a sair morno da tua boca
quando os semáforos nos adiam a morte

a noite mais
insípida do teu cor
po
fluorescente no âmago
de pássaro da rapariga
a cair plena
nas minhas
gengivas

os dias antes de ti
apenas tristes.



cláudia ferreira

quinta-feira, 6 de março de 2008

tudo tarda nas mãos.

no soalho flamejante a noite começa

assim:

- fica só o tempo de um abraço,
deixa escorrer a saliva no vício de perder o destino

(eu quero ver a parte de dentro.dos teus olhos.
o silêncio intra-venoso da lágrima)

trincar os lábios é
inevitável
confrontar-te com palavras bruscas

hematom:a


cláudia ferreira