9 horas, 6 minutos
(o pão que o diabo amassou)
a boca entreabre-se à procura da chuva
fugimos.
com tal voracidade que nunca mais nos voltamos a encontrar
posso dizer:
é o vazio ou o tilintar dos dentes a favor do frio
ou a tua ausência que me parte, um a um, todos os ossos do corpo.
mas não é.
o teu olhar escorre nos muros da cidade
e o teu cheiro entranhado nos dedos,
(debaixo da pele)
é como uma espada a atravessar corpo
o silêncio.
de tudo, o silêncio.
como uma ferida a alastrar para fora de mim
a esventrar todas as tentativas
a dor física do silêncio a roer-me a pele
eu, como a equação perfeita da saudade.
tu, como um animal morto à porta de casa.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
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