sexta-feira, 28 de agosto de 2009

time for decay

os teus olhos atrás do cabide
atmosferas imensas.o pano da cozinha.imundo.
na mármore.lado esquerdo do peito.
em sangue.copos.
posso usar o teu prato?
posso esquecer-te.rápido sentimento.
absoluto.
mudar tudo o que sou.o livro no lugar da alma.
puro.não és.nem por sombras.

cama.cama.
ainda dói. não são facas.
são penas espetadas nas mãos.
e na televisão. deixa-te levar.
é francesa a felicidade.

quase.nada

de que lado nasce o caos.
mortífero.feérico.
o teu sorriso de sombra.

2 comentários:

Menina Limão disse...

Hoje estou tão profundamente triste e irada (por coisas que nada têm a ver com o blog), que tenho de agradecer-te o comentário. Deixou-me feliz, por ser teu (não, nunca me tinhas dito nada) e por ter sido especialmente naquele post, que me é doloroso e que tem sido tão mal tratado pelos atrasados mentais que me visitam. Obrigada. Nunca desisti de te visitar, esperando que voltasses a escrever. Pelos vistos fiz bem. É um alívio, o teu regresso. Não te conheço, mas deixo-te um beijinho.

Anónimo disse...

Voltei a entrar, pareceu-me, uma vez mais, que a porta estava aberta.

E disseste de novo aqui algo muito forte, lindo, profundo:

Destaco a parte "o livro no lugar da alma".

Sabes, senti que colocar o livro no lugar da alma poderia dar lugar a um renascer permanente.
Podia-se, assim, retroceder, ler o que que havia sido escrito ao longo dos anos e voltar a desenhar, num capricho, os contornos de horas já vividas.

No fundo, seria o mesmo que teres, nas tuas mãos, uma máquina do tempo.
Sim, talvez seja esse o segredo para uma nova vida, num novo planeta, sob novos amores.

Mas, cuidado, não se pode permitir que o tempo pare, ficando nós anestesiados, presos numa página por acabar.

Quando isso ocorre, anoitece, subitamente e passamos uma longa noite, deitados sobre 1.000 facas, dominados por um dúvida que corrói – estaremos a sonhar ou a viver?

Tenho muitas noites assim, sabes?

Ks

Albert