terça-feira, 4 de agosto de 2015

Ama-me como se eu fosse eterna
E do meu peito resvalassem todas as incertezas
Escreve o meu nome na porta do teu quarto
Ao lado dos caçadores de sonhos e das gaivotas de latão
Não me deixes entrar. Fecha-me a porta, arranca-me os braços,

mas

Crê em mim, como nas aves nocturnas
Acredita nos meus olhos e no nevoeiro
E desenha nos meus lábios o teu grito mais longo

Abraça-me como se morrêssemos
Como se dobrasses uma folha de papel e a guardasses no teu maior livro.
Pousa as tuas mãos no sentimento mais fundo
Finge que sabes como dói.

Deixa o ar quente escorregar pelos teus lábios
Em direção ao meu pescoço, morde-me a pele
Deixa-me ser tu. Deixa-me ser eu.
Não me deixes entrar. Fecha-me a porta e arranca-me os braços.

mas

deixa-me ser a lâmina que te atravessa o coração.


c.

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