o café onde te segurei a mão pela primeira vez
é agora uma coisa qualquer para gente na moda
ninguém sabe que foi ali, precisamente naquela mesa
que te pedi a mais impossível das escolhas
ninguém sabe que foi ali que nos amamos pela primeira vez
e que dançamos pela primeira vez sem movermos sequer um dedo.
Esta cidade, este país, esta língua
já não são nossos.
gente estranha pisa exatamente o mesmo chão
a que tentei agarrar-me com tanta força
que só a lembrança desse dia faz estremecer ainda o que resta de mim.
talvez se lembrem de nós estas paredes
a que tantas vezes me encostei à espera que chegasses
o cigarro aceso e tu ao longe, penteias o cabelo com a mão
perguntas-me se demoraste, digo que não.
minto.
esperar por ti é concretizar a eternidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário