sexta-feira, 29 de julho de 2011

dos textos incompletos I

não há ruas para a tua ausência
às vezes ainda limpamos o pó
dos candeeiros que iluminavam as casas.

Noutros dias ficávamos só a observar
a trajectória dos astros.
e os dias morriam lentos na tua boca
[como a tua boca morria lenta na minha memória]

não há sorriso para escrever-te.

as mãos cheiram a tabaco
e o vício de ti é o limite
da eternidade

talvez outro dia exista para te fazer chegar
a sorrir como na primeira vez
a mentir como no primeiro abraço.


c.

1 comentário:

Blizard Beast disse...

Muito bom. Há bocas que demoram muito a morrer na memória. Mas será que se quer mesmo que morram?