segunda-feira, 28 de novembro de 2011

começa com uma menina a brincar com o medo. gestos bruscos na amplitude da casa. a mesa posta numa organização assumidamente real.
depois um tiro no coração, certeiro. falta-lhe o ar e o chão. o vazio invade o olhar distraído e a anestesia dura anos.
a menina levanta-se e percorre o interior de todas as coisas. perdem-se os significados e não se ganha nada.
corpos adormecem todos os dias diferentes, movem-se e disparam verdades em direcção aos ossos. A vida não vale nada, não existe.
Apenas um quarto e passos inquietos a rodear a cama. Durante meses não se abriu uma janela. 
sexo, corpos e incenso
intenso
imenso

construiu-se uma muralha quase indestrutível.


silêncio.silêncio.silêncio.silêncio.silêncio


depois a menina, segura dos seus passos escreveu a história, o bem, o mal e os opostos.

mas tu chegas e nada disto faz sentido.

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