quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

canção da amplitude dos vazios


dá-me um dia só da tua vida
para que eu não esqueça
a tua voz profunda como água
a escorrer nos meus dedos

o teu sorriso mais simples
o mais inoportuno, mais desnecessário
para guardar no meu peito
como a última ferida da última partida

só o teu nome, 
basta-me para me subtrair
chegar a zero e ser nada, uma melodia
ou uma morte suave.

será que a morte faz barulho?
dá-me a mão.
sabes que és.

(todos os ossos do meu corpo)


c.

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