quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

dos amores à beira da estrada


o amor é um dia que passou e eu não vi.
houve uma vez em que um homem disse ter todo o amor do mundo
eu quase acreditei e fui ver passar os comboios numa ponte distante
num país que não era o meu.

ele jurou, olhos nos olhos, ter todo o amor do mundo
eu quase acreditei, garanto, quase acreditei.

mas o que é isso, perguntei eu um dia.
ele não soube responder, mostrou-me apenas os seus bolsos vazios.

acho que percebi o que quis dizer com isso.
e é verdade, o amor é um dia que passou e eu não vi.
demasiado distraída a ver os comboios, ou os horizontes, não me lembro.
mas ele jurou que o tinha todo.

 (e eu quase quase acreditei)

c.

1 comentário:

Paulo disse...

meu doce e mais profundo amor,

despi-me de tudo o que possuia
ao encontrar nos teus olhos o amor que eu não sabia
ao percorrer os teus passos pelos caminhos que eu não sonhava
ao respirar as tuas palavras e senti-las misturarem-se no meu sangue

despi-me de tudo o que possuia
esqueci-me das minhas asas, dos meus jogos de magia
perdi-me do meus livros e histórias de infância
sem dar por isso, deitei tudo fora porque queria ser só para ti

meu doce amor,
tu encheste-me o peito com um balão de ar quente
e eu, grande e leve com o teu amor, senti que o universo era o nosso lugar
e perdi a minha âncora porque queria ir de viagem contigo
sempre sempre, sem jamais voltar

Amor...
...amor
Desculpa, não ter percebido sequer
(cego agora os meus olhos pela minha cegueira)
que me querias inteiro e selvagem, filho de uma mesma condição
homem com as mãos calejadas do seu ganha-pão
para tocar no teu corpo de anjo e te sentir mulher.