olho-te e é como se uma nova guerra
começasse, todos os dias.
olho-te e corro a fugir para as trincheiras
com as botas desapertadas, tropeço
e arrasto-me coberta de terra para me esconder.
encontras-me sempre, todos os dias.
e quando me olhas nos olhos
eu corro, já descalça, para a frente de batalha
com o peito aberto às balas.
todas as músicas estão por cantar.
e são pássaros nus que nos enchem as mãos
de devaneios e estradas que não percorremos.
demoramos tanto tempo a perceber
que esta guerra só tem um lado
que é o teu, que é o meu, que é a revolução.
que talvez os pássaros cantem nus
nas estradas das nossas mãos.
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