segunda-feira, 8 de agosto de 2016

artefactos de verão

raramente chega aqui o som dos sinos
mas hoje, por entre as nuvens cinzentas
pareceu-me ouvir-te chegar na melodia
cortante do vento

como se a tua mão, pousada na minha
pudesse dar trégua à agitação dos pulmões
a tua presença em torno do laranja vivo
de um sol que me morde as artérias

como se a tua boca, me falasse
dos universos que eu não sei
e a tua voz me arrancasse todas
as barreiras da inquietação

o teu sorriso, é uma ânsia
que morre longe.
mas raramente me chega o som
dos sinos e quem sabe, podias ser tu.


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