agora que o tempo é esta maçã mordida
e desafiei todas as leis da física para
te olhar.
diz-me que o teu vazio é igual ao meu
mas que, boca a boca
poderemos ainda habitar alguns segredos
tão frágeis como ilhas de pó.
rasguei todos os lençóis, com as unhas
e atravessei noites e noites de medo
como um animal prestes a sucumbir
entre os dentes do predador.
devolvo-me à crueldade do inevitável
partida que estou ao meio, de me dobrar
em todas as direcções que te são opostas.
regresso ao medo que os teus olhos se fechem
e as tuas costas se ergam no encontro das mãos.
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