da distância e da ausência, como
se tornam invisíveis os espasmos
o corpo a descolar das feridas
como se, debaixo da pele, se falasse
outra língua.
explica-me como é amanhecer
e percorrer com os dedos o
peito frio, a janela aberta e a
cortina incrivelmente azul
a voar do lado de fora do prédio.
eu, que nasci no centro da tempestade
e não sei sequer dizer o teu nome
sem que as minha pupilas dilatem
e os músculos contraiam
eu, que respiro o ar da treva
no caminho do paraíso.
diz-me como é.
ensina-me a incrível arte da indiferença.
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