a comer, com prazer, a fruta da época
a não duvidar das intenções do destino
mesmo quando nos doem os pés
a luz não passará da ausência de escuridão
nunca pedimos tão pouco
nunca recebemos tão pouco
e o pouco parece tanto nos últimos dias
acenaremos às derrotas fingindo
ter aprendido lições que não compreendemos
a moral da história será cada vez mais imoral
à medida que a morte se aproxime de nós
tudo terá o sabor do sangue turvo a correr nas veias
afinal, o único ritual que conservamos desde o
nascimento.
choraremos cada vez menos
porque aprendemos que o coração
é um balcão de perdidos e achados
onde colocas tudo o que não sabes onde pousar
onde outros vão buscar coisas que dizem ser suas.
morreremos cada vez mais devagar
morreremos cada vez melhor.
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