segunda-feira, 8 de agosto de 2016

interseção

diz-me uma cor, diz-me um fruto
dá-me algo palpável que possa ser abraçado
na tepidez de um desejo impossível

o vento entorna o café sobre o muro
que escorre depois para o chão
doenças que alteram a rotina dos dias

dá-me uma palavra que me faça esquecer
o sal das noites sem dormir, as olheiras
de manhãs vividas no inferno.

treinei ao espelho mil coisas bonitas
para te dizer. no entanto quando chegares
todo o sangue vai confluir em direcção à garganta.

e eu vou ser só, silêncio.






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