eu, sem espaço. eu, pedaços. eu, quinquilharia que sai nas rifas da quermesse.
eu, sem espaço sequer para a minha loucura, a revirar os olhos à procura de um lugar para guardar o teu sorriso. igual ao daquela fotografia em que parece que te construiram a partir da boca. em que todo o teu corpo parece ter resvalado dos lábios.
o teu sorriso, o mesmo que eu pedia baixinho ao génio da lâmpada quando ele apareceu cá em casa para saber se eu tinha sobrevivido ao acidente.
onde é que o vou pôr? não cabe entre as folhas dos livros, nem no camiseiro junto aos lenços, não cabe debaixo do tapete na sala. tentei engoli-lo, mas não me passou da garganta. eu já chamei todos os especialistas, até o cardiologista diz não haver solução. ou me livro do teu sorriso ou tenho que arranjar um coração maior.
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