quinta-feira, 18 de agosto de 2016

fotograma VI

não voltes, agora que o sol nasce atrás das nuvens
e alguém cortou todas as hortênsias azuis
que atrapalhavam a passagem junto ao muro

não voltes

quererias tudo igual
o chão com alguns paralelos levantados
para tropeçarmos de amor
nas bebedeiras infindáveis dos corpos

os teus braços abraçar-me-iam
pela cintura, eu diria que morremos
para lá de todas as passagens e conceitos
tu dirias que estamos mais vivos que nunca

não voltes.

os meus olhos tombariam
de ternura.






Sem comentários: